Festa anos 80

Pois é meninas....não resisti e acabei indo para uma festinha com o tema anos 80 como tantas outras que estão pipocando no país...um revival nostálgico do tempo da saia balonê, cabelo moicano, gel new wave no cabelo, rebeldia punk, rock Brasil e de outro lado o princípio "yuppie", o blazer com ombreira, Margareth Tatcher...
Fui com uma amiga e de início um louco bateu no carro dela...Ok...saimos anestesiadas do carro, ninguém se machucou, o carinha quase chorava ao ver a frente do carrão dele quase dividida .....não chamamos o SET, não anotamos a placa do carro, não pegamos o nome completo e o RG da figura...enfim, parece que tínhamos feito uma regressão à infãncia que tivemos na década de 80 e acreditamos no carinha, que com certeza é da geração anos 90..mas Graças a Deus o cara já pagou o conserto...
Quando a noite começa assim, o primeiro pensamento é: "Puta merda, nem devia ter saído de casa, o que esperar do que vem pela frente??...", "bem que minha mãe disse para ficar em casa", "por que eu insisti em sair hoje" etc, etc, etc...
Mas prosseguimos rumo ao " túnel do tempo" anunciado no flyer...a festa ainda estava vazia, alguns teenagers dançando loucamente na pista, como se estivessem em uma festinha anos 80...e eu não reconhecia nenhuma música, tavam tocando bandas mais alternativas, o lado B dos anos 80 que só mais velha fui conhecer...pensei: putz, como assim, a gurizada sabe mais do que eu?? Enfim, me lembrei que os anos 80 para mim não tinha nada de efervescência cultural, festinhas muito loucas, amigos junkies e aquela loucura rock n´roll...eu era uma criança/pré adolescente que assistia televisão ( Balão Mágico, Bozo, Tv Pirata, Chacrinha) e escutava rádio direto, as músicas que me vêem a mente são os "hits", muitos trashs..enfim...me perguntei, cadê aquelas 10 mais que eu escutava e muitas vezes nem entendia... de repente começa a tocar: " Não posso mais viver assim ao seu ladinho...por isso colo meu ouvido num radinho de pilhaaaaaaa"...pronto, me achei, a partir daí só pérolas: Michael Jackson, Paralamas, Legião, Ultraje a Rigor, Cazuza, Raul, A-ha.... só faltou aquele momento "música lenta" que tinha que ter em todas as festinhas de pré-adolescentes naquela época...hehehe, de repente me lembrei de um detalhe que não podia faltar em nenhuma festa que eu ia: a luz em câmera lenta, vcs se lembram??? Nossa, era o máximo...todo mundo ficava fazendo mil gestos, a dancinha do Michael Jackson naquela luz... era a sensação...só perdia para o show do Jean Michel Jarre (eh assim que se escreve) que era uma explosão de luz laser, ou melhor, raio laser...
Subimos para o outro andar para escutar as músicas do outro DJ e lá estava ela: luz em câmera lenta...um barato...todos os gestos nos mínimos detalhes... a-m-i-g-a, v-a-m-o-s n-o b-a-n-h-e-i-r-o-?-?, me perguntou Emília,cada letra uma pausa naquela luz....hehehehe, C-l-a-r-o, respondi...já estava meio zonza...mas por alguns instantes, a câmera lenta me fez lembrar momentos ternos dos meus anos 80, minha infãncia, as festinhas, uma certa alienação por ser tão bombardeada pela mídia naquela época e não procurar o que estva além das rádios, da TV, dos filmes de Hollywood( coisas superadas depois, claro..), o colégio, os primeiros shows ( ok, confesso, fui no show dos Menudos e do A-ha..), meus pais mais jovens, meus amigos de infãncia da Base Naval ( nós morávamos em uma espécie de conjunto de casas da Marinha, afastado de Salavador, e tínhamos como hino a música Tédio, do Biquini Cavadão...)...saí de alma lavada...afinal, em que outra época eu poderia dançar Gretchen, fazer um corte de cabelo tipo mullet, me empolgar com os Menudos sem medo de ser feliz??hehehehe..é isso aí, viva os anos 80, seja de que forma vc aproveitou!!

Beijinhos,

Nevasca

A fila anda...e o computador trava...

Bem...me lembro que em algumas aulas na Faculdade de Medicina alguns professores falavam sobre os "velhos tempos", e um deles sempre falava que era comum atender mulheres em plantões noturnos com sintomas inespecíficos e desafiadores e que depois de uma boa conversa se diagnosticava "mal de amor", mulheres desesperadas, sofredoras por causa dos namorados, pretendentes, enamorados...e que hoje em dia não atende tantos casos assim, que as mulheres estão mais independentes , não perdem mais tempo sofrendo por causa de homem...bem, sempre que escutava tais histórias imaginava que o "diagnóstico principal" seria o término de um relacionamento ( que infelizmente, nem a medicina nem a humanidade encontrou cura ainda ..), mas me perguntava porque sempre contavam histórias de pessoas que sofriam de amor, chegavam a definhar até morrer por causa de alguém e pensava que talvez fosse porque a comunicação em outros tempos era difícil, telefone não era tão acessível, as cartas eram o meio mais usado, os encontros eram mais regrados, as distâncias mais difíceis de serem superadas...ficava imaginando como as pessoas apaixonadas, que passam o dia todo pensando no ser amado, querendo estar próximo o maior tempo possível, ficavam ansiosas por uma carta, um telefonema, um encontro..., e se de repente não recebessem mais notícia da pessoa amada? ou então recebessem uma carta terminando tudo, sem ter chance de olhar nos olhos e saber o que realmente aconteceu,sem ter como estabelecer um diálogo?? Enfim, motivos não faltavam....

Mas hoje em dia continuamos sofrendo por amor....e a comunicação avançou muito...temos e-mail, orkut, messenger, blog, fotolog...podemos saber cada passo que a pessoa dá, basta lermos os scraps do orkut, achar a pessoa on line, ligar para o celular.... para os apaixonados correspondidos isto é uma benção: receber mensagem de bom dia, boa noite no celular...ler scraps e depoimentos no orkut do namorado/a, se a pessoa estah distante encontrá-la online e receber imagens em tempo real do ser amado...uma beleza..mas e quando o amor acaba?? quando não dá certo ou simplesmente já caiu a ficha de que "a fila anda" e vc quer partir pra outra...como resistir a entrar no orkut da pessoa e ver as fotos novas, os novos scraps , conferir de o estado civil continua "solteiro" no perfil, ler o blog, ver o fotolog, saber os passos que o outro estah dando..ou então encontrá-lo no messenger e não resistir e perguntar as novidades...ou mesmo sabendo que não vai dar certo, não se envolver com as conversas diárias e não se preocupar se ele disse que não se sentiu bem durante o dia??...vc vai querer falar com ele mais tarde para saber se estah tudo bem...e o pior isto vira uma rotina, e quando os e-mails ficam mais escassos,as conversas sem graça, sem muita novidade,porque já acabou mesmo...não tem mais o que falar..... como não sentir falta?? Enfim, daqui a pouco a gente vai atender algumas pessoas na emergência com "mal de amor" porque não receberam um e-mail de alguém que não responde mais no messenger e nunca mais recebeu scrap no orkut... e como dizer para ela que a fila anda se quando ela chega em casa vê no orkut um lembrete com a data de aniversário da pessoa amada, com a fotinho dela com alguém ao lado??

Chego a conclusão que o melhor é fazer como no filme " Antes do pôr do sol", não trocar telefone, endereço, não saber da vida diária da outra pessoa, de outras histórias, um encontro daqui a seis meses no mesmo lugar e pronto...se os dois quiserem estarão lá...bem, pelo menos no filme deu certo( o encontro aconteceu 9 anos depois, na continuação, mas tuuuudo bem), com direito a escutar Nina Simone ( "Just in time") e uma história em aberto para acontecer...

Beijinhos,

Nevasca ( em momento "on line" no messenger...hehehehe)

Eu?? um blog???

Pois é...foi assim que aconteceu,...fizeram um blog pra mim, minha querida prima mandou o endereço, a senha e o log in....nunca gostei muito desta idéia de diário virtual, sua vida exposta a desconhecidos e sujeita a comentários, acredito ser um tipo de exibicionismo da era moderna ...é muito para quem prefere a tranquilidade de dividir algumas coisas com os amigos através de textos que são mais um desabafo ou uma forma de amenizar situações embaraçosas ou inusitadas...mas aqui estou, oficializando este mania de escrever sem muito compromisso com regras gramaticais, idéias revolucionárias, pensamentos profundos e filosóficos....é só a vida que prega algumas peças para todo mundo, algumas surreais, outras tristes mas que prefiro descrevê-las de um modo suave, algumas vezes dando risada do minha própria infelicidade...fazer o que??? é isso aí, estah aberto o blog.... vou continuar a escrever para os amigos,como se estivesse em uma mesa de bar....

Beijinhos,

Nevasca

Entao foi assim que aconteceu...

`As vezes coisas engracadas acontecem...outras nem tao engracadas, mas que podem ser vistas pelo seu lado comico...eu conheco uma pessoa muito querida que tem esse talento de observar os fatos e relata-los de uma forma interessante e envolvente.
Talvez ela de uma chance ao mundo de viver com ela algumas de suas historias...alegres, tristes, engracadas ou apenas desabafos...quem sabe?